A COP 25 fará diferença?
O que há de comum entre o ator Javier Bardem, a líder indígena Sônia Guajajara e a ativista Greta Thumberg?
Juntos, em Madri, estiveram na maior manifestação pelo clima já realizada em uma conferência dos países signatários da Convenção das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP de 2019.
Juntos, cobraram de todos os governos do mundo o cumprimento de seus compromissos e a implementação de suas responsabilidades com o futuro do planeta e da humanidade. Juntos, celebraram a capacidade de mobilização popular e lembraram que sem "o povo na rua", como definiu Greta, não conseguiremos a pressão e as políticas públicas necessárias para frear as emissões de gases de efeito estufa (GEE) que estão provocando o aquecimento global.
E, a cada dia que passa, precisamos acelerar mais para que a média de aumento da temperatura do planeta fique abaixo de 1,5 grau Celsius até 2030, valor estimado pelos cientistas como o máximo para a preservação da biodiversidade e tolerância dos ecossistemas. E já estamos próximos do aumento de 1,0 grau Celsius.
Segundo cientistas da Nasa e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (Noaa, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, a temperatura da Terra em 2018 foi a quarta mais alta em 140 anos. E a notícia mais crítica é que os compromissos de redução de GEE até agora firmados pelos países são insuficientes para a meta estabelecida no Acordo de Paris.
Vivemos os efeitos profundos que exigem um estado de alerta e de reconhecimento da urgência. A cidade de Recife, por exemplo, reconheceu e declarou estado de emergência climática durante a Conferência Brasileira de Mudanças do Clima realizada em novembro deste ano, somando-se a outras 30 cidades de todo o mundo.
Os eventos climáticos extremos como secas prolongadas, inundações e mudanças nos ecossistemas chegaram para ficar nas nossas vidas por muito tempo. As mudanças e as adaptações necessárias para a sobrevivência exigem ações imediatas de todos, tanto de quem produz e como produz quanto de quem consome e o que consome. Pode parecer óbvio, mas vale repetir: ou mudamos o modo de produzir e de consumir, freando a corrida em direção ao precipício, ou saltamos de uma vez, destruindo a chance de nos mantermos vivos no planeta Terra.
Os acordos entre os países e as metas estabelecidas ontem não são mais suficientes no dia de hoje. A dinâmica da crise climática se espalha pelo mundo. Temos que acelerar e aumentar a ambição das mudanças necessárias.
A COP 25, que se encerra nesta sexta-feira (13), somente fará a diferença se endereçar respostas concretas e urgentes sobre estas questões.
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